É comum em uma equipe ter aqueles que não gostam e não se aquecem… Mas isso faz diferença?
Nas bases teóricas todos estudiosos descrevem uma serie de benefícios para o aquecimento feito adequadamente. Porém na prática alguns ainda teimam em manter a rotina de pouco aquecer. È claro que para o alto nível o aquecimento, tanto como o descanso, tem uma importância muito mais relevante do que muitos imaginam. Aquecer os pneus, o motor é fundamental para que um formula 1 entre em estado de lubrificação do motor e aderência no asfalto e não fazer feio na primeira curva. Seu corpo é um formula 1, você quer ser um formula 1. Então fique atento aos benefícios citados por Felipe Leal de Paiva Carvalho em seu artigo “O Aquecimento”. Ele descreve cinco mecanismos que podem aprimorar o desempenho como resultado do aumento do fluxo sanguíneo e da temperatura corporal.
1. Aumento na velocidade de contração e relaxamento dos músculos.
2. Maior economia de movimento por causa da menor resistência viscosa nos músculos.
3. Fornecimento facilitado de oxigênio para os músculos pela hemoglobina.
4. Transmissão neural e metabolismo muscular facilitados pelas altas temperaturas e recrutamento prévio das unidades motoras.
5. Fluxo sanguíneo aumentado pela dilatação dos vasos como resultado do aumento do metabolismo e temperatura muscular.
Weineck (1999) acredita que o aquecimento deva ser divido em geral e específico e deve preparar o esportista física e emocionalmente para o desempenho, garantindo também a profilaxia de lesões, consistindo de exercícios gerais e específicos da modalidade.
Porém, ainda são muitos os mitos que envolvem o aquecimento e os seus protocolos. Esses foram pouco questionados em atividades de alta intensidade e não estão bem elucidados, principalmente no que diz respeito ao uso de atividades de flexibilidade que podem ou não levar a uma melhora do desempenho esportivo e na proteção contra lesões.
Buscando elucidar esta questão, Young & Behm (2003) estudaram quatro formas de aquecimento com diferentes protocolos. Foram utilizados quatro grupos: G1 – corrida, G2 – flexibilidade, G3 – corrida + flexibilidade e G4 – corrida + flexibilidade + saltos. Seus efeitos agudos foram testados para a produção de força isométrica máxima e potência, medida com altura de salto. Os resultados demonstraram que não foi encontrada diferença significativa entre os protocolos de aquecimento sobre a força ou a potência, porém o aquecimento utilizando somente flexibilidade obteve os piores níveis tanto para força quanto para potência.
Outros estudos têm apresentado resultados diversos quanto a utilização ou não de flexibilidade antes do inicio de qualquer atividade física. Quando são utilizadas altas intensidades e volumes de flexibilidade no aquecimento encontramos como resultados diminuições na força e na potência. Pouca variação no desempenho é encontrada quando são empregadas baixas intensidades e volumes e ainda alguma melhora pode ser vista ao se utilizar alongamento dinâmico e/ou balístico pré atividades.
Portanto um bom aquecimento deve começar com atividades gerais para elevação da temperatura seguido de atividades específicas de maior intensidade, podendo ou não utilizar de alongamento leve ou dinâmico que se assemelhe a atividade que será praticada.
Portanto fique atento, prepare seu organismo de forma adequada e especifica para sua atividade!
A grande dificuldade para algumas modalidades é a manutenção da temperatura corporal durante a pratica desportiva. Ex.: Lutadores em campeonatos que se decide em um dia! As pausas entre as lutas podem ser um fator decisivo para alguns lutadores. Como na revisão citada acima não existe um modelo com certificação para todos. Alguns atletas preferem se manter concentrados, sentados e fazer aquecimentos rápidos antes de cada luta, outros preferem não perder o aquecimento e cuidam da temperatura com agasalhos e exercícios leves o tempo todo até a próxima luta. Neste caso, o ideal é que o atleta experimente as duas formas pois o que pode ser ideal para um pode ser ruim para outro. Este fator pode estar diretamente ligado com a concentração do atleta, portanto a individualidade neste caso fala muito alto. É valido lembrar que qualquer que seja a sua escolha, manter-se hidratado e concentrado facilitará a manutenção ou o reaquecimento para a próxima etapa.
Sorte a todos até a próxima…
por Lucio Santalla
Prof. Educação Física
Especialista em Fisiologia do Exercício
Especialista em Comportamento Humano
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